dc.description.abstract | No âmago das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT’s) encontra-se o
Diabetes Mellitus (DM), um grupo de distúrbios metabólicos de diferentes etiologias,
cuja característica principal é a hiperglicemia crônica. A maioria dos casos de DM
pode ser classificada em duas categorias: Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) e Diabetes
Mellitus tipo 2 (DM2). As complicações do DM são graves e podem afetar quase
todos os tecidos corporais. Além das complicações clássicas, estudos têm
demonstrado que existe associação entre DM e sarcopenia. O objetivo deste
trabalho é reunir informações sobre a fisiopatologia da sarcopenia em portadores de
DM. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. As buscas foram realizadas
nas seguintes bases de dados: periódicos CAPES/MEC, LILACS, SCOPUS, PEDro,
SCIELO, catálogo de teses e dissertações da CAPES EMBASE e Web of Science. A
sarcopenia é definida como uma doença do músculo esquelético, progressiva e
generalizada, que envolve a perda acelerada de massa e força muscular, sendo a
força o parâmetro principal. Doenças crônicas como neoplasias, insuficiência renal e
DM estão associadas a um risco maior de desenvolvimento de sarcopenia. Com
base nas pesquisas foi possível identificar alguns dos fatores que podem estar
relacionados ao desenvolvimento de sarcopenia em indivíduos com DM. Tanto a
resistência insulínica, característica do DM2, quanto a redução da insulina
endógena, característica do DM1, podem resultar em aumento da degradação e
redução da síntese proteica, por meio de vários mecanismos, incluindo redução da
sinalização da proteína mTOR e ativação da via ubiquitina-proteassoma. A
inflamação crônica também contribui para o desenvolvimento de sarcopenia, uma
vez que as citocinas inflamatórias (Interleucina 1 (IL-1), Interleucina 6 (IL-6),
Proteína C Reativa (PCR), Fator de Necrose Tumoral alfa (TNF-α) promovem
degradação do músculo esquelético. O estresse oxidativo, fomentado pelo estado de
hiperglicemia crônica, danifica moléculas intracelulares, incluindo proteínas, lipídeos,
DNA e RNA, contribuindo, portanto, para o desenvolvimento de sarcopenia.
Complicações microvasculares e macrovasculares, como neuropatia, nefropatia,
retinopatia, aterosclerose e doença arterial periférica também podem afetar o
músculo esquelético. Por fim, desordens endócrinas, incluindo desequilíbrios de
hormônios anabólicos, como insulina, testosterona, GH e IGF-1, podem reduzir a
síntese e aumentar a degradação de proteínas musculares. Considera-se que,
independentemente da etiologia, a perda de massa e força muscular ocorre de
forma mais acentuada em indivíduos com DM, quando comparado a indivíduos sem
DM. Alguns mecanismos ainda carecem de explicações mais aprofundadas,
principalmente referente a sarcopenia no DM1, portanto, são necessários mais
estudos. | pt_BR |